Dono de jato de Eduardo Campos fecha delação premiada
![O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morreu em acidente de avião em Santos em 2014 (Foto: Reprodução/TV Globo) O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morreu em acidente de avião em Santos em 2014 (Foto: Reprodução/TV Globo)](http://s2.glbimg.com/LcjEqPJA-cskzjFUo7o3jKro1sY=/620x430/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/01/24/eduardo-campos-aviao.jpg)
O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça e João Lyra deve prestar depoimento nas próximas semanas. Além dele, também optaram pela delação Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Os três empresários pernambucanos foram alvo da Turbulência, responsável por investigar o arrendamento da aeronave Cessna Citation PR-AFA que caiu em Santos (SP) e vitimou o então candidato Eduardo Campos.
A reportagem apurou que além dos fatos envolvendo o avião, João Lyra negociou com os investigadores o detalhamento de todas as transações financeiras realizadas por seu grupo cujos valores são oriundos de superfaturamento de obras públicas e de esquemas envolvendo empreiteiras e o governo de Pernambuco.
Para chegar aos verdadeiros proprietários do jatinho, os investigadores identificaram empresas de fachada supostamente utilizadas para lavar e escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas. Foram investigados repasses da Camargo Corrêa e da OAS que teriam origem em desvios praticados em obras da Petrobras em Pernambuco e na transposição do Rio de São Francisco. Parte das informações foi compartilhada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
Na denúncia oferecida pelo MPF contra 18 pessoas envolvidas no caso, o MPF apontou que os três empresários lideravam o grupo criminoso que lucrava com "a prática de agiotagem", lavagem de dinheiro proveniente de superfaturamento de obras públicas e pagamento de propina para agentes públicos.
Apesar de a primeira denúncia ter sido arquivada, a investigação continua e deve dar origem a novas denúncias. À época da deflagração da Turbulência, o PSB, do qual Campos era presidente, reiterou a sua confiança na "conduta sempre íntegra do ex-governador" e "o apoio incondicional ao trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos fatos".
A Camargo Corrêa afirmou que a empresa foi a primeira a colaborar e que segue à disposição da Justiça. Procurada, a OAS não respondeu até a conclusão desta edição.
Fonte: Época Negócios
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