Delegado do CE vai a Recife ouvir depoimentos sobre morte de criança

O delegado Wilder Brito, titular do 16º Distrito Policial, em Fortaleza, responsável pelo inquérito que investiga a morte do menino Lewdo Ricardo Coelho Severino, de 9 anos, vai a Recife para ouvir depoimento de pelo menos quatro pessoas. “Em Recife vou ouvir o depoimento de familiares e do amante da Cristiane [Renata Coelho Severino, mãe da criança assassinada] e uma outra testemunha que não aparece no inquérito”, explica o delegado.

O garoto Lewdo Ricardo Coelho Severino, de 9 anos, foi encontrado morto na casa em que morava com os pais e o irmão mais novo no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza, na madrugada do dia 11 de novembro de 2013. Na ocasião, o pai da criança, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino, foi encontrado inconsciente e internado em estado grave no Hospital Geral do Exército, no Bairro Aldeota, na capital, onde ficou em coma por uma semana.

Em depoimento à Polícia, a mulher do militar, Cristiane Renata Coelho, disse que o marido a teria agredido e a obrigado e o filho caçula a ingerir tranquilizantes com bebida alcoólica, em seguida, ele teria tentado cometer suicídio.  Ainda no hospital, o subtenente  foi autuado por homicídio, lesão corporal e por violência doméstica com base na Lei Maria da Penha.

Diferentemente do que a mulher do militar contou à polícia, o laudo da perícia mostrou que tanto a criança quanto o subtenente foram envenenados com chumbinho, um veneno para ratos. Ainda no hospital, o subtenente Francileudo negou participação no crime. "Não teria coragem de tirar a vida do meu filho, não é à toa que eu tatuei o nome dele no meu braço. Não seria nesse momento que eu iria atentar contra a vida dele nem contra a minha", disse o militar.

Ele aponta a mulher Cristiane Renata Coelho como autora do crime. "Quero que a Justiça seja feita, que ele seja presa. Ela não pode ficar impune pelo que ela fez", disse. Em entrevista a uma emissora de televisão de Fortaleza, Francileudo diz que o filho pode ter sido envenenado na mamadeira. "Apesar da orientação da psicóloga para não alimentar com mamadeira, ela [Cristiane] ficava com medo de que ele [Lewdo] sentisse fome e sempre dava uma última mamadeira antes de dormir", disse.

Mensagem em rede social
No perfil do militar no Facebook, foi deixada uma mensagem no dia do crime, apagada posteriormente, que dizia: "Té vendo essa mulher linda me pediu o divórcio. (...) Temos 2 filhos especiais vou levar um comigo obriguei ela a beber vinho com seus tranquilizantes p dormir e n vê o q vou fazer (sic)", disse. Em seguida, o subtenente pede perdão por matar o próprio filho. "Me perdoem família mas a carga ta grande demas e n aguento mais sofrer calado vendo essa mulher se anular a 10 ans (sic)".

No fim do depoimento, o subtenente pede para amigos ajudarem a socorrer o filho que, segundo ele, já estaria sob o efeito dos medicamentos.

"Vou postar qdo já n tiver mais jeito eu a machuquei muto eu enlouqueci. era p eu ciudar dela (...) quem vê essa postagem vejam se aida a jeito de s salvalva- la. Ela ta dopada. socorro. Meu filho pequeno acorda cedo, espero alguém vê essa msgm a tempo de salvar ela (....) ", diz a mensagem. No fim do depoimento, o subtenente pede para amigos ajudarem a socorrer o filho que, segundo ele, já estaria sob o efeito dos medicamentos. Francileudo Bezerra nega ter escrito a mensagem.

FONTE: G1