Em Canoa Quebrada, erosão ataca escadarias e barracas

Plantão Ceará | 13:17:00 | 0 comentários


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a de Canoa Quebrada
A cada dia, se torna mais difícil a manutenção das barracas na parte de baixo da Praia de Canoa Quebrada por causa da proximidade com o mar
FOTOS: KID JÚNIOR
A impermeabilização do solo na parte alta de Canoa é responsável por enxurradas que causam voçorocas nas falésias
Aracati "O meu marido conta que a primeira igreja daqui era muito lá dentro do mar e que as falésias também iam muito mais adiante. De uns tempos para cá, tudo isso mudou. No meu modo de ver, nada mais é do que uma reação: o homem atacou a natureza e ela está querendo nada mais do que aquilo que lhe pertence", diz Rerisânia Araújo, 30 anos, moradora de Canoa Quebrada, principal praia de Aracati e um dos principais destinos turísticos do Ceará.
O depoimento de Rerisânia vem ao encontro da realidade encontrada em Canoa Quebrada. As falésias, além de sofrer a ação natural do mar, estão sendo pulverizadas, aos poucos, por atividades que incrementam o turismo, como o passeio por cima delas ou nas suas imediações. Outro fator de desgaste é a urbanização.
O professor do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Jeovah Meireles destaca que "essas grandes voçorocas que estão surgindo nas falésias de Canoa Quebrada são frutos da impermeabilização do solo nas áreas urbanizadas que transforma as ruas em verdadeiros rios, que, por sua vez, produzem enxurradas que destroem esse importante patrimônio natural".
Distância
Com o desaparecimento precoce das falésias, a tendência é de que o mar, sem qualquer escudo natural à sua frente, avance mais ainda. Para se ter uma dimensão do problema em Canoa Quebrada, de acordo com a Organização Não-Governamental (ONG) Recicriança, localizada na Vila Estevão, povoado que deu origem à praia, o mar já esteve 25 metros distante da praia em 1998, conforme a medição que é feita a partir de um coqueiro existente defronte ao prédio da ONG. Hoje essa distância é de apenas dez metros.
Girleine Pereira dos Santos, que há 11 anos participa da ONG como monitora e nasceu na Vila Estevão, relata que muitos visitantes degradam as falésias, até mesmo por falta de consciência ambiental. "Em 2012, um rapaz foi cavar uma falésia para deixar marcado o seu nome. O resultado é que ela caiu sobre ele, que precisou ser retirado com a ajuda de alguns colegas, pois quase morre soterrado".
Tartarugas
A moradora Rerisvânia volta a nos procurar para denunciar outro crime ambiental. "Muitos turistas deixam sacolas plásticas jogadas no chão. Elas vão parar no mar. As tartarugas pensam que são algas e se alimentam. O resultado é que muitas delas aparecem mortas na praia".
O avanço da maré faz com que muitas barracas fiquem dentro d'água. "É uma situação preocupante. Parece que a cada ano fica mais apertado o espaço de praia aqui", conta o estudante de Agronomia José Flávio Lima.
Outro fator de preocupação é que as escadarias instaladas para dar acesso aos frequentadores das barracas estão sofrendo um forte processo de erosão ocasionado pela derrubada das falésias, podendo contribuir para um acidente grave. 
Fonte: DN


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