Gasolina e diesel sobem; alta na bomba pode ser integral

Plantão Ceará | 08:46:00 | 0 comentários

Petrobras reajusta gasolina em 6,6% e diesel em 5,4% nas refinarias. Repasse pode ser total na bomba
Rio/Fortaleza A Petrobras prometeu e, sete meses depois, cumpriu. Para recuperar parte da perda milionária que a estatal vem tendo para manter os valores dos combustíveis, a empresa anunciou aumento de 6,6% da gasolina e de 5,4% no diesel na refinaria. O reajuste começou a valer a partir de meia-noite de hoje e deve gerar uma correria aos revendedores que mantiverem os valores anteriores enquanto durar o estoque antigo.

Sindipostos-CE disse não ter como antecipar se reajuste será repassado de forma integral no Estado: "vai depender das distribuidoras" FOTO: NATINHO RODRIGUES


É no que acredita o assessor Especial de Economia do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa. "Não tem como dizer se já haverá bombas com o novo preço amanhã (hoje). Vai depender da quantidade em estoque de cada posto", comentou.

Ele também afirmou que não há como antecipar se o aumento será repassado integralmente para os consumidores finais. "A tendência é que o repasse seja integral. Mas vai depender da Nota Fiscal das distribuidoras. O reajuste que houver lá será transferido para as bombas", disse.

Projeção de preços
Levando-se em consideração o mais recente levantamento de preços realizado no Ceará pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), se o aumento do preço do litro de gasolina comum for repassado integralmente, o reajuste, no Estado, ficará entre R$ 0,17 e R$ 0,19.

O preço mínimo encontrado até o último sábado, 26 de janeiro, de R$ 2,579 passaria a custar R$ 2,749 nos postos de combustíveis cearenses. Já o valor máximo coletado pelo estudo da ANP em igual período de R$ 3,030 saltaria para R$ 3,220.

Na simulação da reportagem, considerando o repasse integral de 5,4%, o óleo diesel aumentaria de R$ 0,11 a R$ 0,12, no Ceará. O valor mínimo de R$ 2,080 cobrado por litro seria reposto para R$ 2,190; enquanto o preço máximo de R$ 2,29 pularia para R$ 2,41.

Contudo, consultorias espalhadas pelo País sinalizam que o reajuste pode não chegar integralmente nas bombas. O principal argumento seria a mistura de ambos os combustíveis com outros produtos que não registrariam majoração.

Estatal justifica
Conforme a Petrobras, "esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo", comunicou, em nota. A companhia avisou ao governo no ano passado, quando da elaboração do Plano de Negócios vigente, que precisaria reajustar a gasolina e o diesel em 15%, de forma a conseguir financiar os investimentos de US$ 236,5 bilhões previstos para o período 2012-2016.

Em 25 de junho, a gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83%. Agora, faltaria cerca de 7% para que a pretensão da estatal fosse atendida. O diesel recebeu dois reajustes desde então. Um de 3,94%, em 25 de junho e outro de 6%, em 16 de julho

Apesar de o porcentual de reajuste da gasolina ser pouco abaixo do previsto no Plano de Negócios, a alta no diesel poderá compensar o resultado. O diesel é o combustível com maior impacto no balanço da companhia.

Os preços da gasolina e do diesel sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tributos federais Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins e o tributo estadual Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), segundo comunicado da Petrobras.

Inflação
A primeira ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) do ano já demonstrava preocupação com a aproximação da alta nos preços dos combustíveis. O impacto deverá atingir preços de outras mercadorias e ampliar a preocupação do governo em controlar a inflação em 2013.

Reajuste garante plano de negócios
Graça Foster pedia o reajuste ao governo federal para o mês de janeiro. E conseguiu FOTO: DIVULGAÇÃO
Rio O reajuste da gasolina e diesel anunciado, ontem, não acaba com a defasagem de preços dos combustíveis vendidos pelas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional, mas garante a continuidade de projetos e investimentos.

Além de aliviar o caixa da companhia, que registra prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão ao mês com a diferença entre os preços de importação de diesel e gasolina e os praticados no mercado doméstico.

Defasagem
Na avaliação de Ricardo Corrêa, analista da corretora Ativa, o valor do reajuste nos combustíveis era o esperado, confirmando a "expectativa negativa" do mercado em relação à recomposição das receitas da Petrobras. "O reajuste, naturalmente, alonga a capacidade de geração de caixa da empresa, mas a defasagem (dos preços nacionais com as cotações internacionais) não foi totalmente resolvida", observou o especialista.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, afirmou considerar o reajuste insuficiente, mas que alivia a empresa. Sobretudo, acrescentou, o reajuste demonstra que a presidente da Petrobras conseguiu convencer o governo da necessidade de aumento, mesmo com a inflação em alta.

Pires avalia que o reajuste terá um impacto de 0,13 ponto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e de cerca de 4% na bomba. O economista Edmar de Almeida, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comemorou o aumento. "Para a Petrobras, (o aumento) é fundamental. Vejo com muitos bons olhos, pela importância que isso tem para manter a capacidade de investimento da empresa", declarou.

A projeção da LCA consultoria para o IPCA de janeiro, antes em 0,91%, passou para 0,83%. No ano, o principal índice de inflação do País deverá subir em 0,3 ponto porcentual por causa dos combustíveis.

"Ainda assim, a redução no custo da energia elétrica é preponderante", disse.

Consultorias veem repasse até 5,3%
São Paulo O economista e sócio da Tendências Consultoria, Juan Jensen, calcula que, nos postos, a gasolina deverá subir 4,2%. Já Fábio Romão, economista da LCA Consultores, estima que o encarecimento será maior. O especialista projeta que, no varejo, o reajuste levará a uma alta de 5,3% na gasolina e de 4% no caso do diesel.

Como o peso da gasolina dentro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 3,89%, isso deve provocar um impacto total na inflação de 0,16 ponto porcentual, dividido em 0,01 ponto em janeiro e 0,15 ponto em fevereiro.

Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e também o tributo estadual ICMS.

Segundo nota da Petrobras, esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo.

Quando o plano de negócios da estatal para o período de 2012 a 2016 foi fechado, no ano passado, a presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, afirmou que o preço da gasolina estava com uma defasagem de 15%. Parte disso foi recomposta ainda em 2012, com o reajuste de 7,8% dado às refinarias.

Cide
Esse reajuste não chegou ao consumidor: o governo zerou o principal tributo cobrado do setor, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Agora sem a Cide, a elevação vai chegar aos postos. 

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