MÃE DE PACIENTE FAZ B.O DEVIDO A ACIDENTE NO IJF
O teto de uma das enfermarias da unidade desabou, durante o fim de semana, ferindo jovem de 21 anos
Há quatro meses, a rotina da aposentada Joana Darc Teodoro Silva, 62 anos, mudou completamente. Desde que a filha Gracie Kelly Stefanie Caroline Cardoso, 21 anos, foi internada no Instituto Doutor José Frota (IJF), seus dias se dividem entre a unidade hospitalar e sua casa, no bairro Joaquim Távora. Para piorar as condições na unidade, o teto da enfermaria onde está Gracie Kelly caiu no fim de semana.
As dificuldades enfrentadas nos últimos meses no Instituto José Frota também fizeram Joana Darc acionar o Ministério Público Estadual FOTO: MARÍLIA CAMELOEla conta que a luta pela vida da filha não tem sido fácil, situação que se agrava pela falta de estrutura do hospital. Segundo a aposentada, faltam materiais básicos como gases, luvas, entre outros. "A gota d´água veio sábado, quando, às 13 horas, o teto da enfermaria desabou ao lado da cama onde minha filha está internada. Por pouco, não caiu em cima dela, mas ainda a feriu", denunciou a aposentada.
Joana conta que, ao longo destes meses, já fez dois empréstimos para manter a filha no hospital. Gastos, estes, divididos entre as cuidadoras que se revezam na semana, chegando até a comprar materiais de limpeza dos banheiros da enfermaria onde Gracie está internada. "Sou aposentada, e minha renda é de pouco mais de um salário mínimo. Meu filho é que está arcando com a maior parte destas despesas. Para se ter uma ideia dos gastos, as despesas com às cuidadoras já somam R$ 7.300, fora os R$ 1.200 com insumos como algodão, gases e até acesso".
Fora essa questão, outra problemática permeia a vida da aposentada. Há dois meses, a equipe médica do IJF solicitou a realização de dois exames de Gracie, um é uma ressonância magnética do crânio e o outro um eletroencefalograma. Ambos os exames são necessários para dar direcionamentos ao tratamento. Porém, nenhum dos dois exames são realizados pelo IJF. E, segundo Joana Darc, o procedimento é feito no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), entretanto, a direção médica do IJF não liberou a paciente. De acordo com a aposentada, ela já entrou com ação no Ministério Público do Estado (MPE), denunciado a situação do IJF. Fora isso, foi à polícia, onde prestou queixa também contra o Instituto, mas dessa vez em relação ao episódio da queda do teto.
Em nota, o IJF informou que na tarde de sábado, 29, houve uma ocorrência em uma das enfermarias da unidade 16, e o reboco da enfermaria cedeu devido ao impacto de dois extintores que foram arremessados de um dos andares do Hospital. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.
Registro
De acordo com assessoria do Hospital, ainda no sábado, o IJF registrou um Boletim de Ocorrência no 34º Distrito Policial. E, ontem, a direção da unidade entrou em contato com o delegado responsável pela apuração do caso, e este informou que iria, na tarde de ontem, realizar uma perícia no local.
Sobre a ressonância de crânio e o eletroencefalograma, o IJF esclareceu que não dispõe desses exames. Porém, a direção médica conseguiu uma vaga para a paciente no Hospital César Cals, onde seria realizado. No entanto, o IJF informou que no momento da transferência, a família da paciente se recusou a sair da unidade hospitalar. Em relação à ressonância, o pedido do exame foi feito ao HGF, que alegou não ter disponibilidade para realizá-lo no momento.
Sobre a falta de material, a direção do IJF esclarece que o Hospital dispõe dos insumos necessários para a realização de procedimentos nos pacientes.
THAYS LAVORREPÓRTER
FONTE: DN
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