Sérgio Cabral diz que pediu 'ajuda' a empreiteiro com reformas e pensão, mas nega propina
Cabral prestou depoimento nesta segunda na 7ª Vara Federal Criminal, sobre processos relativos as operações Calicute, Mascate e Eficiência e suposta lavagem de dinheiro de R$ 1,7 milhão.
Para Cabral, os pagamentos de Flávio não foram propina - e sim caixa dois. Pouco antes, Werneck foi interrogado e desmentiu a versão. Disse que era propina e, caso não fosse paga, o governo atrasava os pagamentos das obras.
Além disso, Flávio Werneck - cujas iniciais formam o nome de sua empresa, a FW Engenharia - teria pago uma "mesada" à Susana, que serviria como "pensão" para os filhos que Cabral teve com ela.
O ex-governador explicou que os empresários davam colaborações extraoficiais à campanha. Mas que, como não fez essa cobrança ao amigo de infância, considerou que essa "ajuda" seria uma espécie de caixa dois.
"Pedi que repassasse recursos para Susana e para Maurício (irmão de Sérgio). E que fizesse obras nessas casas. Os meninos falavam: 'Pai, a casa está ruim. Na nosas lógica, minha e dele, eu poderia solicitar a ele uma ajuda de campanha mais expressiva. Fez doação muito pouca expressiva. Nesse aspecto confundi sim um apoio que eventualmente poderia ser caixa dois. Mas não é propina".
Sérgio Cabral se emocionou durante audiência desta segunda. Citou o mês de Natal, os 13 meses preso e falou da "miséria humana", em alusão a suposta mudança de discurso de testemunhas de acusação para implicá-lo e se livrarem de condenações.
"É muita saudade da minha família, dos meus filhos. Treze meses preso não é fácil. Filhos maravilhosos, mulher maravilhosa. Tenho passado momento de sofrimento, de acusações e decisões injustas - muitas vezes na mídia. Muita fé e força em Deus", disse o ex-governador, que desejou 'Feliz Natal' a procuradora e ao juiz ao deixar o tribunal.
Também prestou depoimento nesta segunda Carlos Miranda, ex-assessor de Sérgio Cabral e que se tornou delator assumindo ser o operador do esquema criminoso denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele afirmou em interrogatório nesta segunda-feira (18) que Cabral recebia propina desde o tempo em que era senador. Ele afirmou que, com recursos de propina, o ex-governador pagava 'mesadas' de até R$ 100 mil para os pais, a irmã, e filhos. A ex-mulher de Cabral, Susana Neves, também depôs.
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