Dilma admite falha e investirá R$ 9 bi no combate a seca

Plantão Ceará | 07:09:00 | 0 comentários

Ainda no rol de ações estão a recuperação e novas perfurações de poços e a construção de mais cisternas na região
Em sua primeira visita ao Ceará neste ano, a presidente Dilma Rousseff admitiu que os investimentos já feitos pelo governo federal não produziram os resultados esperados no combate à seca no semiárido, que já é a maior dos últimos 50 anos. Mas, ao fazer esta mea culpa, a chefe do Executivo federal anunciou um novo pacote de ações que surpreendeu os governadores nordestinos, presentes em Fortaleza, apresentando benefícios além do que vinha sendo reivindicado. Serão, a partir de agora, investidos R$ 9 bilhões pela União na mitigação dos efeitos da estiagem. E, garantiu que todas as perdas serão recompostas em um curto prazo.

Esta foi a 3ª reunião de governadores, em um ano, em que a seca foi prioridade Foto: Waleska Santiago

Anfitrião do evento, o governador Cid Gomes se mostrou impressionado com o pacote: "das reivindicações daqui, praticamente todas foram atendidas, e atendidas num grau de intensidade até maior do que nós demandávamos", assinalou.

Esta foi a terceira reunião de governadores, em um ano, em que a questão da seca foi tratada como prioritária. No encontro de ontem, a presidente disse reafirmar "a parceria incondicional do governo federal com a população nordestina". "Em razão desse compromisso, nós do governo federal não poupamos nem esforços nem recursos para minorar o impacto e os efeitos da seca sobre as populações atingidas por ela", defendeu.

Do ano passado até o momento, foram desembolsados pelo governo federal R$ 7,6 bilhões nas ações contra os efeitos da estiagem. De acordo com a presidente, apesar desse investimento não ter atingido os objetivos esperados, produziu um "resultado inequívoco", junto com outras políticas sociais do governo, de impedir que se repetisse o quadro de saques em comércios locais, de êxodo rural e fome, comuns em secas anteriores. "No que se refere à população, nós fomos bem sucedidos".

Já a principal falha apontada diz respeito à sustentabilidade dos rebanhos. A falta de comida para o gado fez com que grande parte destes rebanhos morresse na região. As ações, portanto, darão reforço nesta esfera produtiva. "Nós sabemos também que devemos não só prorrogar as medidas, mas ampliá-las, introduzir outras e intensificá-las pelo fato de que todas as avaliações - e vai ser feita avaliação aqui sobre as perspectivas para os próximos meses - é que ainda nós teremos um período de estiagem e as chuvas não vão voltar a cair com a intensidade necessária para a recuperação da atividade produtiva aqui na região", analisou Rousseff.

Medidas
Uma das principais demandas dos governadores era de que não houvesse uma quebra na oferta do benefício Garantia Safra, já que o programa de 2012 acabaria em março e o pagamento do de 2013 só teria início em julho próximo.

Dilma assegurou que o programa, que garante de R$ 140 a R$ 155 mensais por família, a partir de agora, será contínuo, até enquanto perdurarem os efeitos da seca. Também desta forma será o Bolsa Estiagem, que permite um benefício de R$ 80 por família, e que terá incorporados mais 361,5 mil beneficiários. Somente no Ceará, 400 mil famílias são contempladas com os dois programas do governo federal.

Dilma assegurou que o programa que garante de R$ 140 a R$ 155 mensais por família continuará enquanto perdurarem os efeitos da seca FOTO: ANTONIO VICELMO


Dilma também anunciou como medida emergencial o aumento da oferta de água na região, através da ampliação em 30% do número de carros-pipa, que passam a 4.746 para 6.170, de recuperação e novas perfurações de poços, construção de mais cisternas na região (para consumo humano e para produção) e reequipamento do Exército, cuja ação na logística dos carros-pipa foi destacada pela presidente, não só pela eficiência, mas por evitar que fosse feito uso político da ação.

"As cisternas de produção são estratégicas nesse momento, que vamos ter de iniciar dois processos, que é salvar os rebanhos existentes e nos preparar para ter de fato uma estrutura mais robusta para não ter a cada seca uma perda de rebanhos como houve desta vez".

Tecnologia
A chefe do Executivo federal defendeu a tecnologia como principal ferramenta de combate aos efeitos da seca. Ele solicitou o apoio das universidades estaduais, dos centros de pesquisa, da Embrapa, para ver alternativas de produção na região. "Todos sabem que, nos últimos dez anos, o Nordeste cresceu muito mais do que o Brasil e que nós não podemos nos dar ao luxo de investir recursos aqui e deixar que eles escorram pelo ralo quando houver seca. A seca é uma realidade, assim como os países das zonas frias convivem com o inverno. Nós vamos conviver com a seca, mas conviver com capacidade de superá-la, preveni-la e superá-la".

SÉRGIO DE SOUSAREPÓRTER 

Fonte: DN

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