LUIZIANNE MINIMIZA DENÚNCIA FEITA PELA CÂMARA MUNICIPAL
A prefeita diz que só pedirá investigação se houver apuração mais detalhada e vinda de "fontes seguras"
Seguindo a linha do candidato Elmano de Freitas (PT) e de parlamentares da base aliada, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, minimizou, em entrevista ao Diário do Nordeste, as acusações feitas pelo vereador Plácido Filho (PDT) na Câmara Municipal, na última quarta-feira, de que terceirizados da Prefeitura de Fortaleza estariam sofrendo assédio moral para fazer campanha para o candidato Elmano de Freitas, inclusive com represálias de demissão.Luizianne Lins disse estar frustrada com a condução da campanha eleitoral. Para ela, os candidatos ignoram a inovação da cidade nos últimos anos FOTO: ALEX COSTA
"O que o vereador Plácido fala eu não levo muito em conta, porque estamos em pleno debate eleitoral, todo vereador da oposição vai querer aparecer de uma forma ou de outra, porque querem ter holofotes no período em que estão disputando", justifica. Segundo a prefeita Luizianne Lins, o vereador Plácido Filho "não tem compromisso com a verdade" e já chegou a tecer outras acusações contra ela.
A prefeita considerou ainda que as denúncias podem ser colocadas "na conta da campanha" e no "processo de desespero pré-eleitoral". Segundo Luizianne, é normal que os ânimos na Câmara Municipal estejam acirrados por conta da proximidade das eleições e, por isso, os vereadores estariam utilizando o plenário para fazer campanha.
Questionada sobre a declaração do vereador Ronivaldo Maia, líder da prefeita na Câmara Municipal, que chegou a dizer no plenário que essa prática não era novidade inventada pela última gestão, Luizianne disse não ter conhecimento da pressão sofrida por terceirizados. "Eu acho que ali, na hora da confusão do debate eleitoral, a temperatura sobe. Já fui vereadora por dois mandatos. A tribuna da Câmara vira um palanque eleitoral".
Investigação
A prefeita também garantiu que só pedirá investigação do caso se houver uma apuração mais detalhada e, segundo ela, vinda de fontes seguras. "Na hora que tiver realmente que fazer apuração, que achar que é uma coisa séria, vinda de gente séria, vou parar pra fazer uma avaliação, se for necessário", apontou.
No que se refere ao número real de terceirizados da Prefeitura de Fortaleza, questionamento já levantado pelo candidato do PSOL, Renato Roseno, a prefeita Luizianne Lins não soube mensurar, pois, segundo ela, cada contrato de terceirização prevê serviços diferenciados e que envolve, além da contratação, os custos mensais e recursos para manutenção.
De acordo o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort), a estimativa é que existam entre 35 e 40 mil terceirizados no poder municipal, mas a prefeita nega a informação e assegura que os números não chegam a isso. "Quando a oposição está desesperada, tenta buscar justificativas. Eles estão falando de uma cidade da qual não têm muito conhecimento", disse, salientando a abertura de concursos durante seu governo.
Frustrada
Sobre o nível do debate que tem sido levantado pelos prefeituráveis, Luizianne afirmou que está frustrada com a maneira que ele tem sido conduzido na Capital. Para ela, a cidade inovou nos últimos anos e isso não tem sido levado em conta pelos postulantes. "Pela quantidade de candidatos, espera-se um grande debate, onde vários pontos de vistas podem ser apresentados. Eu esperava que o debate fosse mais profundo ", avalia.
Na opinião de Luizianne, também falta conhecimento dos candidatos sobre a situação do município, o que interfere diretamente na exequibilidade das propostas. "Não adianta fazer promessa em época de eleição para poder ganhar voto do eleitor se elas não têm capacidade de ser viabilizadas", criticou. Conforme opina, a campanha deveria ser um momento para refletir sobre o que foi feito e avaliar os desafios.
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