CASOS DE ASMA CRESCEM 15% NESTE MÊS NO HIAS
Falta de ar, dificuldade de se alimentar e moleza no corpo. Há casos que apresentam febre, tosse e diarreia. Esses são sintomas de duas doenças que prevalecem em crianças nos períodos dos fortes ventos: a asma e as viroses gastrointestinais que aparecem com diarreia. Em julho deste ano, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) registrou 136 pacientes com asma. Já neste mês, foram 154 casos, o que corresponde a um acréscimo de 15% no atendimento. Em julho e agosto, 223 crianças deram entrada na unidade com sintomas de diarreia.
Pais de crianças que já têm problemas respiratórios devem tomar mais cuidados e evitar varrer a casa e passar produtos químicos FOto: Waleska Santiago
Na manhã de ontem, a unidade estava lotada, um cenário comum nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, período de fortes ventos na Capital. A mudança climática e o pólem das flores aumentam a demanda de crianças com doenças respiratórias.
O pequeno Israel, um ano e seis meses, há quatro dias apresentava cansaço e falta de apetite. A costureira Priscila Fernandes, mãe do menino, diz que ele tem asma e piorou desde o mês passado. "Fui no posto de saúde, mas, como ele não melhorou da crise, decidi trazer ele para cá. Tomo todos os cuidados, mas esta época do ano é terrível, as crianças sempre ficam doentes".
Clima
A pediatra e diretora técnica do Hias, Marfisa Portela explica que a demanda de pacientes com asma, assim como alergias e viroses gastrointestinais (diarreias) está maior por conta da sazonalidade e dos fortes ventos. Conforme ela, a situação agrava ainda mais para aquelas crianças que já têm problemas respiratórios crônicos, pois qualquer gripe pode desencadear uma crise.
Segundo a pediatra, a recomendação para os pais é evitar varrer a casa, passar produtos químicos, e sempre usar panos úmidos.
Já as diarreias, ela acredita que podem ser geradas pelo calor. Marfisa indica que os pais busquem o posto de saúde mais próximo para fazerem a hidratação oral. "É necessário manter uma alimentação leve, amamentação e hidratação e avaliar os sintomas", aconselha. Porém, conforme ela, se a evacuação aumentar para dez a 12 vezes por dia, deve levar a criança ou para o Hias ou para qualquer outra unidade secundária do município para tomar a hidratação intravenosa.
Causas
O pediatra Fábio Bastos, médico da emergência do Hias, ressalta que as viroses gastrointestinais com sintomas de diarreia aumentaram 50% nos últimos dois meses. Segundo ele, 30% do total de atendimento são por este motivo. Entretanto, o pediatra alerta que a maioria dos casos poderiam ser resolvidos nos posto de saúde. "Muitos pacientes moram próximo ao hospital e vêm direto para cá por conta do pronto-atendimento. Nos postos de saúde, geralmente, eles precisam marcar consulta".
Mas, para a dona de casa Patrícia da Silva, mãe de Luís Gustavo, sete meses, o que a levou para o Hias foi a permanência dos sintomas no filho. Ela conta que foi até o posto de saúde porque o menino estava com diarreia, e o médico receitou antibiótico. Quatro dias se passaram e ele continuava doente, então, ela decidiu levá-lo ao hospital.
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