TV PAGA DEVE CHEGAR A 50% DOS DOMICÍLIOS ATÉ 2014

Para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, 50% dos domicílios brasileiros devem ter TV por assinatura até 2014. Ele fez a previsão no painel de abertura do congresso da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) nesta terça-feira (31) em São Paulo.

"É raro chegar numa reunião setorial como esta e falar que tivemos um crescimento de 30% no último ano, como é o caso aqui", afirmou aos participantes.

O ministro explicou que o bom momento acontece por conta do "pujante mercado de consumo de massas das novas classes médias". O ministro afirmou ainda que o governo acredita agora numa forte migração da classe B, o que deve gerar "uma demana por serviços de qualidade".

Bernardo cobrou rapidez por parte da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para as licenças de operação para novas empresas do setor. "Quero fazer um lobby porque precisamos ir mais rápido", disse em tom de brincadeira.

Ele também mandou um recado ao presidente da ABTA, Alexandre Annenberg, um crítico das cotas de conteúdo brasileiro criadas pela nova lei da TV paga. "Sei que a questão das cotas é polêmica, mas elas são necessárias para transformar o Brasil em uma grande plataforma de conteúdos digitais."

A lei 14.485/2011 obriga os canais de filmes e séries a exibir no horário nobre até três horas e meia de conteúdo independente e brasileiro --o prazo fixado para adaptação do mercado é de três anos.

Como contrapartida, o governo promete aumentar o financiamento para o conteúdo audiovisual nacional. Grande parte dessa nova verba viria do Fistel, um fundo acumulado a partir do pagamento de impostos das empresas de telefonia. Graças à nova lei também, as empresas de telefonia puderam entrar para o mercado de TV por assinatura e, por isso, ficam com a responsabilidade indireta de financiar a produção.

Segundo Bernardo, o interesse estrangeiro na produção audiovisual brasileira está próximo de render um cabo submarino no Atlântico, ligando o Brasil a Angola. "Eles querem ter acesso aos conteúdos que produzimos aqui", explicou.

Bem-humorado, o ministro se atrapalhou na leitura de seu discurso. "Acho que eu não tinha lido o suficiente o discurso que meus assessores tinham preparado", desculpou-se.