O que empresários cearenses esperam da economia

Antes de 2013 começar, o cenário econômico era avistado com certa nebulosidade pelo mercado. À época, empresários e economistas consultados pelo Diário do Nordeste, mostravam-se cautelosos diante do que estava por vir, apesar de deixarem de manter as esperanças em dias melhores.

Para eles, a crise econômica internacional estava se prolongando mais do que se previa, com a Europa não apresentando uma saída à vista; e, nos Estados Unidos, o abismo fiscal ainda grande, com altos índices de desemprego, trazendo sérios prejuízos para as exportações brasileiras. Agora, prestes a fechar o ano, o Jornal volta a ouvir representantes de diversos setores e segmentos empresarias do Ceará para contar como 2013 se comportou em suas áreas de atuação, mas para, sobretudo, apontar o que esperar de 2014.

A despeito do otimismo ou pessimismo de um ou outro setor, o próximo ano, assim como este ano, não deverá ser tão previsível, mesmo com a realização da Copa do Mundo de Futebol, enaltecida por muitos com impulsionadora para a economia. Ao mesmo tempo, em que ocorrerão eleições para presidente da República, governadores e integrantes dos legislativos federal e estaduais, o que também deve influenciar o mercado. O fato é que os analistas do mercado financeiro seguem reduzindo suas expectativas para o crescimento da economia brasileira no ano que vem, enquanto elevam suas projeções de inflação, conforme se verifica no mais recente boletim Focus do Banco Central (BC), que colhe estimativas entre cerca de cem instituições.

Crescimento

Segundo o documento, divulgado na última segunda-feira, a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou de 2,35% para 2,30% e a do próximo foi de 2,10% para 2,01%. As projeções de crescimento têm sido revistas desde a divulgação do resultado do PIB do terceiro trimestre de 2013, que caiu 0,5% em relação aos três meses antecedentes. Preços Quanto à inflação, a expectativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano segue em 5,7%, mas para 2014 a estimativa passou de 5,92% para 5,95%.

Os analistas não alteraram, no entanto, sua expectativa para a taxa básica de juros para o fim de 2014, que segue em 10,5%. Atividade econômica De acordo com o analista do Ipece, Nicolino Trompieri Neto, a estimativa para o crescimento da atividade econômica do Estado em 2013 deve ser de aproximadamente 3%, na comparação com o ano passado, conforme afirmou quando da divulgação do PIB estadual do terceiro trimestre deste ano. "Se o 4º trimestre tiver o mesmo desempenho de igual período de 2012 a expectava é que a taxa de crescimento de 2013 seja de 3%.

O que ainda é um bom resultado se comparado a taxa do Brasil", avaliou o especialista. Mesmo com o fraco desempenho do setor de serviços, responsável por mais de 70% da atividade econômica local, o PIB do Ceará cresceu 3,76% no 3º trimestre deste ano, em comparação a igual período de 2012. Com o resultado, o Estado segue pelo 14º trimestre consecutivo com seu PIB crescendo acima da média nacional – que teve aumento de 2,2%, em igual base de comparação.

Anchieta Dantas Jr.
Repórter

FONTE:DN