Comerciantes buscam alternativas para recuperar perdas por conta de obras de mobilidade
Muitos prejuízos são relatados por comerciantes no entorno das obras de mobilidade da Capital. Apesar de algumas já estarem prontas, os lojistas enfatizam que está sendo difícil recuperar o movimento.
Obra na Santos Dumont afasta clientes e faz algumas lojas fecharem Foto: Nayana Siebra
Obra na Santos Dumont afasta clientes e faz algumas lojas fecharem Foto: Nayana Siebra
As obras de construção de 2 túneis e alargamento da Washington Soares duraram cerca de um ano e meio e foram liberadas em novembro. Apesar de estarem prontas, os comerciantes da região declaram que está sendo difícil recuperar os clientes. A principal reclamação dos lojistas foi o estacionamento retirado devido ao alargamento da avenida.
As vendedoras da Cosbel sentem na pele a redução dos clientes. Elas contam que recebem por comissão e, com a diminuição do movimento, passaram a ter salários menores. O quadro de funcionários também precisou ser diminuído, chegando a ficar com 50% na época das obras.
Edileusa Facundo, gerente da Cosbel, afirma que metade do movimento ainda não foi restabelecido e que a loja está procurando alternativas para aumentar as vendas. Promoções e entrega de produto são algumas das possibilidades pensadas para alavancar novamente o público.
Ainda na região da Washington Soares, populares relatam que 4 lojas
fecharam por não conseguir se sustentar com o fraco movimento além de, algumas, apresentarem problemas na estrutura das lojas.
fecharam por não conseguir se sustentar com o fraco movimento além de, algumas, apresentarem problemas na estrutura das lojas.
Benildes Bezerra, funcionária da Cyssales, relata que, além dos problemas com a falta de estacionamento e o movimento reduzido, as obras trouxeram prejuízos como a quebra de vitrine e de artigos da loja. "A força das obras na avenida impactava a loja e muitos pratos e copos chegavam a cair e quebravam", revela Benildes.
Estacionamento é apontado como o vilão da falta de clientes
A principal reclamação dos lojistas do Guararapes é a respeito do estacionamento que foi perdido para o alargamento da via. "Muitos clientes não param mais e outros têm medo de estacionar nessas ruas, é muito perigoso. O dono está vendo a possibilidade de reduzir a altura da calçada", ressalta a funcionária da Cyssales.
O Departamento Estadual de Trânsito (DER) informa que a redução das calçadas não é possível neste momento, por se tratar de uma área de intervenção estadual.
Movimento mínimo na Santos Dumont
A Avenida Santos Dumont, entre a Rua Frei Mansueto e Via Expressa, foi interditada para a construção de um túnel no início de outubro. De lá para cá, as lojas vem sentindo a redução das vendas. Ana Célia Bezerra relata que tem dias em que nada é vendido. "Chegamos a perder uns R$ 500 no salário devido as comissões, o faturamento caiu de R$ 60 mil para R$ 10 mil".
Dário de Lima, subgerente do Novilho de Ouro, relata que a movimentação caiu drasticamente, porque é muito perigoso para os motoristas pararem na região. Ele ressalta que estão buscando na tele-entrega recuperar a falta de clientes.
A entrega das mercadorias também é uma aposta da loja Dimarcas. De acordo com a vendedora Juliane Rodrigues, até mais um entregador foi contratado para a loja. "Estamos conseguindo faturar com os clientes antigos, que ligam fazendo encomendas e nós mandados deixar. Apesar disso, a venda de alguns artigos caiu, ninguém pede um lustre por telefone".
Na região, a padaria Romana e outras três lojas estão fechadas. Marilene Menezes, da Eletrônica GM, relata que alguns conhecidos desistiram dos comércios. Na sua loja, o movimento caiu 20%, mas ela conta com o preço baixo e os clientes fieis para continuar lucrando.
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