Cabral diz que não é 'ditador' e pede fim de protestos na frente da sua casa

Plantão Ceará | 07:32:00 | 0 comentários

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse na noite desta segunda-feira (29) que não é um "ditador", como é chamado por manifestantes, e fez um apelo, "como pai", pelo fim dos protestos em frente a sua casa no Leblon, na Zona Sul da capital.
"Quero fazer um apelo, porque, sabe, na porta de casa, eu tenho filhos pequenos. O Sérgio Cabral político é uma coisa. Ali, é o meu filho de 6 anos, meu filho de 11 anos. É um apelo de pai mesmo. Aqui [no Palácio Guanabara], manifestação é do jogo democrático. Fui presidente do Poder Legislativo durante oito anos. O que eu mais fiz foi ver as galerias cheias, vaiando, aplaudindo. Fui senador. Eu não sou um ditador. Estou aberto ao diálogo, às manifestações. Agora, na porta lá de casa, eu faço um apelo do coração, como pai", disse, em entrevista coletiva no Palácio Guanabara.
protesto ocupação casa Sérgio Cabral Rio (Foto: Henrique Coelho/G1)Manifestantes estão acampados em frente à rua
de Sérgio Cabral (Foto: Henrique Coelho/G1)
Cabral vem sendo alvo de protestos desde junho. Neste domingo, a rua em frente à sua casa foi novamente ocupada por manifestantes. Muitos passaram a noite no movimento, chamado de "Ocupa Cabral" e seguem no local até a noite desta segunda . O grupo pede o impeachment do governador, além de CPIs para apurar gastos com a Copa do Mundo de 2014 e o uso do helicóptero do governo para uso pessoal de Cabral — o Ministério Público abriu inquérito para apurar o caso.
A polêmica dos helicópteros também foi tema da entrevista coletiva de Cabral. O governador pediu desculpas pela sua última declaração sobre o assunto, quando disse que isso sempre foi uma "prática comum"." Há poucos estados com regras claras sobre a utilização de helicópteros. Estamos vendo um protocolo de uso desse recurso" comentou, lembrando que sua família não utiliza mais o transporte, agora de uso exclusivo do governador.
Julio Delamare não será demolido, diz Cabral
Cabral explicou também o cancelamento da demolição do Parque Aquático Júlio Delamare para as obras do Complexo Maracanã, fato que havia sido anunciado por ele à tarde, via Twitter.  "Jamais terei a vergonha de reconhecer erros. Acho que faltou humildade em não ouvir os segmentos", disse o governador, no Palácio Guanabara.
O governador disse ainda que vai conversar com as confederações e com o Consorcio Maracanã, responsável pela administração dos equipamentos do complexo, para ajustar as mudanças no projeto e no contrato, que prevê a demolição. "Temos que adaptar contratos as exigências do estado", disse Cabral, que informou ainda que os R$ 30 milhões destinados à construção do parque aquático em um terreno do Exército deverão ser usados pelo consórcio em outras etapas da obra.
Em nota, o Consórcio Maracanã — liderado pela Odebretch, em conjunto com a IMX, de Eike Batista, e a AEG — disse que ainda não foi notificado oficialmente do cancelamento da demolição.
Célio de Barros indefinido
Em relação ao estádio de atletismo Célio de Barros, o governador não definiu ainda uma medida a ser tomada, mas garante que o local não atende as exigências olímpicas e que o estádio terá futuro definido em uma reunião com o presidente da federação nesta quarta feira (31). "vamos pensar em outras soluções para o estacionamento e as lojas que estão no projeto, já que o edifício de garagem e uma questão fundamental".
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), concede entrevista nesta tarde de segunda-feira,   29,  (Foto: Adriano Ishibashi/Frame/Estadão Conteúdo)Sérgio Cabral concedeu entrevista nesta segunda (Foto: Adriano Ishibashi/Frame/Estadão Conteúdo)
Escola só será demolida após construção de nova
Sobre a escola Municipal Friedenreich e o Presídio Evaristo de Moraes, com demolicão prevista no edital para a concessão do complexo, Cabral disse que "a escola não será demolida até que uma nova seja construída em um terreno próximo" e, em relação ao antigo Museu do Índio, que "não há condições de morar lá”. “Já falei com a Secretaria da Cultura para que converse com os índios para achar a melhor forma de resolver a situação".
O governador afirmou que a decisão de fazer uma concessão para o Complexo do Maracanã foi tomada em nove dos 12 estádios da copa e que prefere deixar a cargo do estado outras prioridades. "Seria populismo da nossa parte construir um estádio com aquela dimensão e deixar para a Suderj administrar".
Questionado sobre a decisão de não demolir o parque como uma manobra contra a impopularidade do seu mandato, Cabral disse que não era candidato a nenhum cargo eletivo em 2014, mantendo a versão dita, segundo ele, em 2010.
Anúncio via Twitter
Mais cedo, Cabral havia postado no Twitter: "Acabei de falar ao telefone com o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Disse ao Coaracy Nunes que refleti sobre o Júlio Delamare. Tenho ouvido muitas manifestações em defesa da permanência do Parque Aquático no complexo do Maracanã. Coaracy me disse que o governo com isso estaria atendendo à natação brasileira. Diante disso o Julio Delamare está mantido", disse o governador, em uma série de posts.
Ao G1, o Coaracy confirmou a conversa, por telefone e disse que vai encontrar o governado na semana que vem. "É uma grande vitória da família aquática", disse o presidente da CBDA, que acompanha o O presidente da entidade está atualmente em Barcelona, na Espanha, onde acompanha a delegação brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos até o dia 6 de agosto, em Barcelona, na Espanha.
Em outras mensagens, postadas na sequência, Cabral disse que o estádo de atletismo do complexo do Maracanã, o Célio de Barros, terá o futuro definido em reunião nesta quarta (31), com o presidente da federação.
"Liguei para o presidente da Federação de Atletismo (Farj), Carlos Alberto Lancetta. Marcamos uma conversa nesta quarta-feira para definir o futuro do estádio Célio de Barros. Disse a ele que desejo encontrar a melhor solução para o atletismo do Rio", postou o governador.
Entenda o caso
Segundo o edital para concessão do complexo do Maracanã, a concessionária que vencesse a licitação — vencida pelo Consórcio Maracanã seria responsável pela demolição do Julio de Lamare, do Célio de Barros, da Escola Municipal Friedenreich e do Presídio Evaristo de Moraes.
A autorização de demolição das duas instalações estava suspensa desde o dia 16 de julho pela Defensoria Pública da União, por 30 dias. Várias manifestações foram convocadas desde o início do processo em posição contrária às demolições, que inicialmente previam também o fim do antigo Museu do Índio. Uma briga de judicial entre o Ministério Público e o governo do estado também foi travada, com liminares que chegaram a interromper o processo de licitação.
Os prédios, que seriam reconstruídos em outros locais, dariam lugar a dois edifícios garagem, com capacidade para 2 mil vagas e um heliporto, com um “centro de conveniências” com bares, restaurantes e lojas. Também estavam previstos a construção de um museu do futebol e intervenções no Maracanãzinho.
Federação aprova
Em nota, a Federação Aquática do Rio de Janeiro (Farj) informou que "recebeu com alegria a decisão". "A história desse Parque Aquático se confunde com a história da natação brasileira. Essa decisão representa uma importante vitória para os esportes aquáticos do Rio e do Brasil, que, certamente, trarão muitas conquistas ao País nas Olimpíadas do Rio em 2016."
Manifestação é contra a privatização do Maracanã (Foto: Gabriel Barreira / G1)Manifestação é contra a privatização do Maracanã (Foto: Gabriel Barreira / G1)FONTE:G1

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