Suspeitos de tentar matar cearense a mando de iraniano vão a júri popular

Os três acusados de terem tentado matar o funcionário público cearense José de Jesus Ferreira serão levados a júri popular, por decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, que negou os recursos dos suspeitos.

Os réus Lucivaldo Pereira Ferreira, Alex Nogueira Pinto e Mayron Silva de Lima são acusados de terem tramado a morte de José de Jesus Ferreira, em novembro de 2008. O mandante do crime, segundo denúncia do Ministério Público, foi o comerciante iraniano Farhad Marzivi, já condenado, que teve mercadorias apreendidas após o auditor ter constatado que elas haviam entrado ilegalmente no país. O auditor fiscal que sofreu o atentado investiga as irregularidades cometidas pelo iraniano.

Os três réus alegaram que a Justiça Federal não tem competência para julgar o caso, argumentando que não foi comprovado no processo o fato de o crime ter sido cometido por conta do trabalho desempenhado pelo José de Jesus. Lucivaldo Ferreira também solicitou a retirada do agravante de que a tentativa de assassinato tenha sido feita sob emboscada; Alex Pinto alegou ainda não existirem indícios suficientes para sua condenação.

O MPF constetou as alegações de que a Justiça Federal não tem competência. Para a procuradoria, além da ação contra os réus ser uma complementação à ação que condenou Farhad, o crime foi cometido contra um funcionário público federal em decorrência do exercício de suas funções "circunstância esclarecida diversas vezes na denúncia".

A procuradoria também discorda da ausência de provas contra Alex Pinto. Segundo o procurador regional da República responsável pelo caso, a análise dos autos comprova que foram reunidos "diversos indícios de sua participação no crime", especialmente pelo fato de ter sido Alex o responsável pelo levantamento de dados sobre a rotina de José de Jesus, além de ter sido demonstrado o aliciamento de Lucivaldo para a execução e o repasse dessas informações a ele e a Mayron.

Com a decisão do tribunal, o caso voltará para a primeira instância da Justiça Federal no Ceará, que então levará os acusados a julgamento pelo júri popular.