21 jovens desapareceram no Estado somente neste ano

As delegadas Ivana Timbó e Viviane Apolônio, titular da Dececa e da Delegacia Municipal de Pacajus, respectivamente, discutiram os crimes cometidos por pedófilos por meio de redes sociais da internet Foto: Kléber A. Gonçalves

Do início do ano até agora, houve 21 registros de adolescentes desaparecidos, conforme dados apresentados pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa). A maior parte dos jovens tem entre 16 e 17 anos e o número de ocorrências se intensifica durante o fim de semana.

Somente no ano passado, foram registrados 108 desaparecimentos de jovens. Desses, somente duas ocorrências ainda não foram solucionadas, portanto, os jovens continuam desaparecidos. O caso mais recente foi o do estudante Flávio Lucena dos Santos, 17 anos, que sumiu na madrugada de domingo.

Os pais dele, Rosvânia Lucena dos Santos e Carlos Alberto Soares Lima, contaram que o garoto foi visto, na madrugada do último domingo, entrando em um táxi. Ele chegou a ser abordado pelo irmão mais velho, porém, respondeu que a mãe estaria sabendo para onde iria.

Antes de chegarem à Dececa, os pais receberam uma ligação do adolescente. Ele disse que estava na casa de uma amiga e que passava bem, mas não deu detalhes. Para Rosvânia Lucena, o mais estranho é que o rapaz sempre foi calmo e muito calado. "Se ele fosse um menino rebelde que vivesse em conflito com a gente, nós até entenderíamos, mas ele é muito ´na dele´, bem comportado. Não dá para entender", lamentou a mãe do adolescente.

Internet

Tomando como base esses dados, as delegadas Ivana Timbó e Viviane Apolônio; titular da Dececa e da Delegacia Municipal de Pacajus, respectivamente, falaram sobre crimes cometidos por pedófilos utilizando redes sociais através da internet. Isso porque parte dos desaparecimentos está ligada a essa prática.

Um dos casos citados foi o da adolescente de 14 anos, que fugiu de casa, após ser seduzida por Daniel de Oliveira, de 32 anos. A garota foi encontrada, na semana passada, em Paranaguá, no Paraná. No momento, a adolescente e os pais passam por acompanhamento psicológico. "Tem momentos em que a adolescente parece entender a gravidade da situação e, em outros, fica revoltada e quer ficar com o acusado", lembrou a delegada Viviane Apolônio.

Ivana Timbó pediu mais atenção por parte dos pais com relação aos casos de adolescentes que fogem de casa. A delegada lembra que é preciso muito cuidado com os acessos à internet. "Não sou contra a internet, mas é preciso que os pais imponham limites e sempre fiscalizem os filhos menores".

Ivana Timbó lembrou que o lema da Dececa é não perdoar pedófilos. Destacou que o delegado geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, sempre pede prioridade em casos de suspeita de pedofilia. A delegada lembra que os pais devem, além da Polícia, procurar a imprensa. "Na maioria dos casos, assim que a imagem do adolescente aparece na mídia, ele é reconhecido e, geralmente nos procura".