Última pessoa a ver aluna viva em fazenda disse que ela estava 'agitada'

Plantão Ceará | 08:45:00 | 0 comentários

Victoria Natalini (Foto: Reprodução / Facebook)Victoria Natalini foi encontrada morta no dia 17 de setembro de 2015: causa da morte foi asfixia. Polícia investiga se adolescente de 17 anos foi assassinada (Foto: Reprodução / Facebook)
A última pessoa a ver Victoria Mafra Natalini viva na Fazenda Pereiras, em Itatiba, interior de São Paulo, disse à Polícia Civil que a aluna da escola Waldorf Rudolf Steiner, da capital, estava "agitada".
A adolescente de 17 anos participava de uma atividade de sete dias de estudos práticos sobre matemática e topografia organizado pela escola. O corpo dela foi encontrado no dia 17 de setembro de 2015, após ela ter desaparecido no dia anterior.
A causa da morte de Victoria foi "asfixia mecânica", segundo novo laudo pericial (o primeiro havia sugerido "morte natural"). O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a possibilidade de a estudante ter sido assassinada. Até a publicação desta matéria, a polícia ainda não tinha identificado suspeitos pelo provável crime. A reviravolta do caso foi revelada no domingo (10) pelo Fantástico.
Para a investigação, um tratorista da fazenda, de 40 anos, foi a última pessoa que viu Victoria com vida. Seus depoimentos podem ajudar a polícia a tentar esclarecer a morte de Victoria, de acordo com os policiais. O G1 teve acesso ao que o homem falou à polícia de Itatiba e ao DHPP. Em março deste ano o departamento assumiu o caso após pedidos da família da aluna.
"Entre as 14h30 e 15h estava carregando a carreta tracionada pelo trator em uma estrada de terra que dá acesso ao alojamento, nesse momento viu uma jovem, que posteriormente ficou sabendo ser Victoria Mafra Natalini, vindo nessa estrada em direção ao alojamento, percebeu que ela estava um pouco agitada batendo com as mãos nos bolsos como se estivesse procurando algo, em seguida, esta retornou pelo mesmo trajeto", informa trecho do depoimento que o homem deu à delegacia de Itatiba. Ela estava sozinha, de acordo com o tratorista.
"Informou ainda que, aproximadamente dez minutos após, viu três jovens saindo do alojamento em direção ao local onde estavam efetuando os trabalhos, que não observou nenhuma atitude suspeita, pois passaram pelo depoente conversando normalmente”, continua a declaração do tratorista em Itatiba. O depoimento ocorreu horas depois de a Polícia Militar (PM) ter achado a estudante morta.
Trechos do depoimento que o tratorista da fazenda deu ao DHPP. (Foto: Reprodução)Trechos do depoimento que o tratorista da fazenda deu ao DHPP. (Foto: Reprodução)
No dia 13 abril, o tratorista foi ouvido novamente, dessa vez pela Divisão de Homicídios do DHPP, na cidade de São Paulo. “Observou uma menina que abriu a porteira, e fazia gestos de correr e parar, correr e parar e batia com os punhos em suas pernas, quando retornou para o caminho de onde vinha”, informa trecho do depoimento do homem. "Porém, o depoente não sabe se esta menina virou à direita rumo ao campo das medições ou seguiu rumo a estrada que dá acesso à Fazenda Pereiras."
Ele voltou a citar que a garota estava agitada. "Informa o depoente que conseguiu perceber que Victoria estava agitada e trajava uma calça jeans, uma camiseta azul e branca e um boné branco", continua parte do depoimento do tratorista ao departamento.
Roupas analisadas
A polícia periciou peças de roupa e calçados do tratorista: blusas, camisetas, calças, cueca, botas e boné. O homem ainda forneceu saliva para exame de DNA. Os materiais foram levados para análise de peritos no Instituto de Criminalística (IC). A reportagem não confirmou se os exames já foram concluídos e quais são seus resultados.

A polícia informou, porém, que ainda não identificou nenhum suspeito pelo provável assassinato de Victoria.
Em outros depoimentos obtidos pelo G1, há relatos de que alunos tiveram dor de barriga e viram cobras durante os trabalhos escolares na fazenda. Laudos necroscópicos mostram, no entanto, que Victoria não consumiu drogas ou tomou bebidas alcoólicas. Também não foram encontradas marcas de violência sexual.
Outras testemunhas contaram que a adolescente era saudável, tendo tido só um caso de convulsão, aos três anos de idade.
Fazenda Pereiras (Foto: Reprodução / TV Globo)Entrada da Fazenda Pereiras, em Itatiba, interior de São Paulo (Foto: Reprodução / TV Globo)
Pai critica escola
Para o empresário João Carlos Siqueira Natalini, de 51 anos, pai de Victoria, sua filha foi assassinada e a escola Waldorf tem de ser responsabilizada por negligência.

"Houve negligência de forma cabal, não há como negar que não foram tomados todos os cuidados que deveria haver, como deveria ter acontecido em uma sala de aula", afirmou Natalini, na segunda-feira (11), em entrevista ao G1. "Não havia nenhum tipo de vigia aos alunos, então eu imputo à escola a responsabilidade pelo que aconteceu".

Procurada na segunda-feira pela reportagem para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da escola Waldorf respondeu por nota que nas viagens, "disponibiliza profissionais capacitados para atender às necessidades dos alunos". Informou também que na excursão a Itatiba, a equipe era "formada por cinco adultos, além dos profissionais fornecidos pela própria fazenda" e que vai "empenhar todos esforços para apoiar os órgãos competentes na conclusão das investigações".

Ao Fantástico, a delegada Ana Paula Rodrigues, da 5ª Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente, disse que o DHPP apura se a escola foi negligente. “Teria que ter um responsável sempre ao lado. Houve, sim, falhas de protocolo de segurança", disse Ana Paula.
A família de Victoria criou uma página no Facebook para pedir justiça no caso.  Ela foi feita pela advogada Cristiane de Freitas, noiva de Joao Carlos, pai de Victoria. A madrasta, bem como os familiares, acreditam que a garota foi assassinada e não teve uma morte natural.
"Criamos essa página para que todos saibam a verdade dos fatos ocorridos com Victoria", disse Cristiane na segunda-feira. "Ela foi assassinada. Ocorreu um crime e isso precisa ser investigado para que os culpados por sua morte sejam punidos."
Menina estudava na escola Waldorf Rudolf Steiner (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Menina estudava na escola Waldorf Rudolf Steiner, na capital paulista (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

Fonte:G1

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