Alunos da UFRJ reclamam de insegurança no campus do Fundão

Plantão Ceará | 15:08:00 | 0 comentários

O dia de recepção de calouros deveria ser de felicidade para os alunos que estão chegando à UFRJ para o novo semestre. O clima de festa, porém, era interrompido pela lembrança do estudante de Letras Diego Vieira Machado, de 26 anos, morto no último sábado (2), no campus da Ilha do Fundão.
Pela universidade, cartazes e fotos lembravam a morte do jovem, que teria sido motivada por homofobia e racismo. Caloura do curso de Engenharia Química, depois de ser transferida dentro da própria faculdade, Amanda Carvalho, de 18 anos, foi para a inscrição vestida de preto, em sinal de luto pelo aluno morto.
"Na UFRJ, falta iluminação, falta policiamento, juro que em seis meses eu vi uma ou duas vezes policiamento . Nos ônibus que circulam por aqui tem todo tipo de gente, já fiquei sabendo de um cara visto se masturbando no ônibus. Um morador de rua beijou uma amiga minha. Há também muitos casos de intolerância dentro da faculdade. As pessoas tão querendo tirar a questão da homofobia e do racismo desse crime e tratar como se fosse uma morte. E não foi só por isso, foi por ele ser gay, negro e cotista. Agora essa intolerância na UFRJ veio à tona de forma mais forte", disse ela.
Cartaz de protesto pelo assassinato de Diego Machado fixado pelos alunos no campus do Fundão (Foto: Elisa Souza/G1)Cartaz de protesto pelo assassinato de Diego Machado fixado pelos alunos no campus do Fundão (Foto: Elisa Souza/G1)
Aluna do 3° período de Arquitetura, Laís Kaori, de 22 anos, praticava tênis com Diego e lamentou a morte do estudante.
"Ele era de boa, de bem com a vida, sempre convidando o pessoal pra visitar ele no Pará,  puxando papo com todo mundo. Eu também moro aqui e é mesmo bem perigoso.  Meio que tem um toque de recolher aqui, depois das 22h fica bem complicado andar, já que os ônibus só passam de meia em meia hora. Especialmente na área do alojamento, é muito perigoso. Já ouvi outros casos de assalto, estupro, sempre perto daquela região. Nos finais de semana é pior, à noite ainda pior, fica mais perigoso. Também acho que tem bastante preconceito na faculdade", opinou a jovem.
As reclamações dos alunos são quase sempre as mesmas, como deixa claro a estudante de Letras Jheniffer Oliveira, de 22 anos, que também conhecia Diego.
"Me sinto insegura demais aqui. A iluminação está muito precária. Eu moro aqui e a gente anda sempre com medo. As meninas procuram sempre andar em grupo, avisar quando chegar. Acho que os [ônibus] circulares aqui dentro da UFRJ estão mais rápidos ultimamente, mas depois das 22h demora muito", diz ela, que é cotista e também afirma que existem muitos casos de preconceito na universidade, como racismo e machismo.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ pretende fazer uma programação nesta semana para falar sobre o crime e debater o preconceito na universidade.
Diego foi encontrado morto em um matagal perto do alojamento dos estudantes (Foto: Reprodução/ Instagram)Diego foi encontrado morto em um matagal perto do alojamento dos estudantes (Foto: Reprodução/ Instagram)









Fonte: G1

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