Sem acordo, greve do Metrô de SP entre no segundo dia nesta sexta

Plantão Ceará | 22:50:00 | 0 comentários

Os metroviários decidiram manter a greve em São Paulo nesta sexta-feira (6). Após reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que terminou sem acordo com o Metrô, a categoria aprovou, em assembleia, paralisar as atividades pelo segundo dia seguido. Segundo o Metrô, 4,5 milhões de passageiros foram afetados. Por conta da decisão, o rodízio municipal de veículos seguirá suspenso. A Linha 4-Amarela, que é administrada pela iniciativa privada, funcionará normalmente.
Iniciada à zero hora desta quinta, a greve foi parcial: a maior parte das estações mantiveram-se abertas. No fim da noite, 27 das 63 estações estavam fechadas: 11 na Linha 1-Azul, 6 na 2-Verde e 10 na 3-Vermelha. A 5-Lilás e a 4-Amarela funcionavam normalmente, segundo o Metrô.
Sem acordo, a Justiça manteve a decisão anunciada no início da tarde e determinou que os metroviários garantam 100% da operação em horários de pico, entre 6h e 9h e das 16h às 19h, e 70% nos demais períodos, sob pena de multa diária ao sindicato de R$ 100 mil.
A não cobrança da passagem foi aprovada durante assembleia. Segundo o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres, os funcionários aceitaram ceder um dia de trabalho para arcar parcialmente com os custos da catraca livre e demonstrar, dessa forma, disposição para negociar. A medida precisa de aprovação do Metrô, o que, segundo o presidente da companhia, Luiz Antonio Pacheco, não ocorrerá. Se os grevistas decidirem deixar de cobrar a entrada, a Polícia Militar pode intervir.
A desembargadora Rilma Hemetério deu um prazo de 24 horas para que as partes se manifestem novamente. Uma nova assembleia está marcada para 17h de sexta para uma nova avaliação do movimento. Quando questionado se gostariam de manter a paralisação até o início da Copa do Mundo, o presidente do sindicato negou. “Não é nossa pretensão. Sinceramente queremos resolver o problema ainda hoje, no máximo amanhã [sexta].” O julgamento da legalidade da greve deve ocorrer neste sábado (7).
Bronca
Durante a sessão, a magistrada deu bronca nos sindicalistas e nos representantes do Metrô. “A minha ordem não foi para os senhores colocarem em apreciação na assembleia, a minha ordem foi para ser cumprida. Para ser cumprida, porque os senhores não cumpriram com a sua obrigação." E afirmou: “Depois os senhores vão para os meios de comunicação e falem os absurdos que os senhores quiserem falar. Mas arquem com as consequências."
A determinação atende o pedido protocolado pelo Ministério Público no Tribunal Regional de Trabalho (TRT) para que a greve fosse considerada abusiva. "A liminar foi concedida num teor que qualquer pessoa de senso comum possa entender", afirmou a desembargadora.

Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin defendeu que a proposta oferecida à categoria equivale ao dobro da inflação. “Não tem o menor sentido uma greve que prejudica a população. Um pequeno grupo, muito político, para levar consequências, paralisação, caos, bagunça sem a menor razão de ser", afirmou. Os representantes da companhia afirmam que estão há muito tempo negociando e acusam o sindicato de dificultar o diálogo.
Rodízio suspenso
Nesta quinta, em dia de suspensão do rodízio municipal de veículos por causa da greve do Metrô e também da paralisação dos agentes da Engenharia de Tráfego (CET),  a cidade bateu o recorde de lentidão da manhã, às 9h30, com 209 km de congestionamento. O índice é o terceiro maior da manhã em 20 anos, segundo a CET.
O último recorde havia sido no dia 22 de maio, com 168 km, durante a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus. Já o recorde histórico ocorreu no dia 23 de maio, com 344 km de congestionamento na cidade.

Nesta sexta, novamente o rodízio será suspenso. Veículos com placas finais 9 e 0 poderão circular normalmente pelo centro expandido. Os "marronzinhos", como são conhecidos os agentes de trânsito, voltarão ao trabalho: em assembleia, eles decidiram suspender a paralisação iniciada na noite de quarta (4).
Auxílio
Ônibus e trens funcionarão em esquema especial para diminuir o impacto da paralisação nesta sexta. A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) informou que prolongará 11 linhas que vêm de Guarulhos e Mairiporã até o Terminal Tietê.

As estações da Linha 4-Amarela ficarão abertas, assim como as da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os trens circularão com menor intervalo, em todas as linhas, além dos horários considerados de pico. A estação Corinthians-Itaquera, na Linha 11-Coral, que faz integração com a Linha 3-Vermelha do Metrô, ficará fechada.
A operação da Linha 7-Rubi [Luz - Francisco Morato] será estendida até a Estação Brás. A integração com o Metrô nas estações de transferência (Palmeiras-Barra Funda, Brás, Tamanduateí, Santo Amaro, Tatuapé e Luz - só para a Linha 1-Azul) ficará fechada até que se inicie a circulação dos trens do metrô. A integração com a Linha 4-Amarela nas estações Pinheiros e Luz funcionará normalmente. A integração com a Linha 4-Amarela, nas estações Pinheiros e Luz, funcionará normalmente.
Afetados
As advogadas Simone Ino, Carolina Casagrande e Analu Santos que usaram três ônibus para ir do Itaim Bibi ao Tucuruvi (Foto: Roney Domingos/ G1)Simone, Carolina e Analu usaram 3 ônibus para ir ao
Tucuruvi (Foto: Roney Domingos/ G1)
Por conta da greve, muitas pessoas mudaram a rotina. Durante a noite, as advogadas Simone Ino, Carolina Casagrande e Analu Santos chegaram à estação Anhangabau, na Linha 3 - Vermelha, e descobriram que não poderiam usar o Metrô para ir para casa. Elas trabalham no Itaim Bibi, na Zona Oeste, e tiveram que pegar três ônibus para chegar à Zona Norte. Grávida de sete meses, Carolina teve dificuldade para encontrar lugar para viajar sentada. "Tiveram de pedir a um homem para levantar para eu sentar", disse

A situação foi pior durante a manhã. Alguns passageiros tiraram fotografias dos avisos de greve para explicar aos chefes o motivo da ausência ou do atraso. O lojista Felipe do Santos, de 19 anos, trabalha no Shopping Pátio Paulista, no Centro, e foi um dos muitos usuários do Metrô que perdeu um dia de trabalho.
"A mulher me falou ali na lotação, mas eu não acreditei. Agora já até tirei uma foto da placa para mostrar para a minha supervisora", contou. O comerciante acordou às 3h30, deveria entrar no trabalho às 6h e não sabia da paralisação dos metroviários.
A dona de casa Dionisía Quadrado, de 77 anos, chegou às 4h30 à estação Tucuruvi. Acompanhada do marido, a idosa que sofre de osteoporose tinha consulta no Hospital do Servidor Público às 7h. Ela disse que levou 1 ano para marcar a consulta.  "Não posso perder essa consulta de jeito nenhum. Não sabia que ia ter greve. Vamos pegar um ônibus até Santana e tentar chegar lá", contou ela
O encarregado de panificação Aldemário Oliveira Almeida, de 51 anos, não pôde trabalhar nesta quinta, pois foi pego de surpresa com a greve. Ele usa duas linhas do Metrô e mais dois ônibus para ir da Zona Sul à Zona Leste, mas foi barrado na estação Jabaquara. "Não há como atravessar a cidade sem metrô. Ficamos igual trouxa sem saber o que fazer", reclamou.
"Entro às 6h no trabalho. Se tentar ir de ônibus, vou chegar muito tarde. De carro, gastaria R$ 60, além do estacionamento, não tenho como", contou o padeiro Edson Luis Pereira, de 43 anos. Ele trabalha na Avenida Vereador José Diniz, na Zona Sul. Morador de Guarulhos, na Grande são Paulo, ele saiu de casa às 4h e ficou aflito quando viu a greve dos metroviários na estação Tucuruvi.
No Tucurivi, na Zona Norte, a fila para ônibus com destino a Pinheiros tinha mais de 300 pessoas e dava a volta no quarteirão. A analista de processos Katiana Galdi, de 27 anos, custou a acreditar na greve. Antes das 6h, ela tentou embarcar na na estação Corinthians-Itaquera, na Zona Leste, com expectativa de chegar ao trabalho no horário. "Eu vim na esperança de estar funcionando pelo menos uma parte da frota. Mas não tem nada, nem o trem está aberto aqui. Acho que vou pegar um ônibus de volta para minha casa", disse ela.
Fonte : G1

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