Advogado de suspeito de mortes em São Gonçalo diz que ex-mulher simulava ser perseguida e que crime pode ter relação com o tráfico de drogas

Rafany, Linete e Manuella, assassinados na terça (Crédito: Reprodução / Facebook )

O advogado de Michel Salim, principal suspeito pela morte de três pessoas em São Gonçalo, Região Metropolitana, afirmou, nesta quinta-feira, que a ex-mulher dele, Rosilene Neves, simulava ser perseguida pelo ex-marido para conseguir a guarda dos filhos. Entre as vítimas do crime estão a filha dela, Manuella Neves Câmara Coutinho Bouri, de 22 anos, a mãe Linete Loback Neves, de 65 anos, e o noivo da filha, Rafany Pinheiros, de 23. As vítimas foram assassinadas na casa da família, no bairro Venda da Cruz.

Segundo o delegado Welington Vieira, que investiga o caso, o laudo preliminar obtido pela polícia nesta quinta-feira aponta que as vítimas foram assassinadas com tiros de arma de fogo. De acordo com Paulo Ramalho, que defende Salim, das 55 ocorrências registradas na polícia com o nome do cliente dele, em 47, ele aparece como vítima.

— Estão especulando que ele seria um psicopata, mas nós temos um registro de ocorrência e comprovação de que esta moça, a Rosilene, lá atrás, comprou telefone usando CPF dele e passou a ligar para ela própria do telefone. Ela, a Rosilene, também comprou celulares no nome da atual companheira do Michel. Não quero insinuar nada, mas estou mostrando os fatos. Nos documentos que eu tenho, está mais do que evidente que era ela quem não aceitava a separação.

O advogado negou que Salim tenha matado ou mandado matar os parentes da ex-mulher. Ele afirmou que o crime pode ter sido cometido por traficantes.

— Um crime desta natureza é planejado. Então, o alvo seria a mulher, não seria ninguém que tem desavença com uma pessoa e manda matar outra. Quem faz isso é o tráfico de drogas e a máfia. Crimes passionais não são assim. E se tem alguém da família envolvido com drogas. Isso é típico de vingança de traficante de drogas.

Paulo Ramalho disse ainda que Rosilene não aceitava a separação e que a briga do casal teria começado, porque Salim queria a guarda das crianças e achava que a ex-mulher não tinha condições de criá-las. Ainda segundo o advogado de Salim, Rosilene não deixava o ex-marido ver os filhos e fazia a cabeça deles para não quererem ver mais o pai.

Depois de pedir a quebra de sigilo telefônico de Manuella , de sua avó e do noivo dela, a Polícia Civil pretende ouvir, ainda nesta quinta-feira, uma  testemunha que viu um carro preto monitorando a casa onde aconteceu o crime. Salim era esperado para depor nesta quarta-feira, mas não compareceu à delegacia. Segundo Paulo Ramalho, o suspeito está no Nordeste, para onde viajou para comemorar o aniversário.