Chuva traz apreensão e esperança ao Ceará
Em Fortaleza, três casas desabaram no Autran Nunes, de um total de 19 ocorrências registradas. Em Canindé, a sangria de um pequeno açude fez a alegria dos moradores da comunidade Barra do Bento Fotos: Natinho Rodrigues/Antonio Carlos Alves
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Cristiano Férrer, as mais graves ocorreram na Rua Hipólito Pamplona, no Autran Nunes, com o desabamento de três casas; na Rua Coronel Patrício, Parque Santa Maria, onde desabaram duas casas e no Conjunto São Cristóvão, que teve transbordamento de canal na esquina das avenidas Castelo de Castro e Tomás Coelho. "No Autran Nunes, as casas ficavam próximas à ponte. Duas delas ficaram totalmente destruídas e uma, parcialmente. Os moradores estão hospedados com familiares. No Parque Santa Maria, as casas não ficavam próximas a rios ou mananciais", explica.
No Autran Nunes, ficou desabrigada a dona de casa Maria Elenir Mendes Sampaio e as filhas com suas famílias. "Eu estava nessa casa há 35 anos, mas nós construímos em cima há dois anos. Ainda bem que escutamos os ruídos, às 4h30 da madrugada e conseguimos sair", conta. Ela ficará hospedada, por 20 dias, com os vizinhos e depois, poderá entrar no programa Aluguel Social, da Defesa Civil.
No Conjunto São Cristóvão, também houve registros. "O canal transbordou e rompeu a lateral, o que causou alguns transtornos no trânsito da área", informou o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza.
Segundo a Funceme, choveu em 110 municípios cearenses. Os maiores registros foram nas cidades de Icapuí (180mm), Aracati (142mm), Fortim e Itaiçaba (ambos com 118mm), todas no litoral leste. Outros 11 municípios registraram precipitações acima de 50 mm (São Gonçalo do Amarante, Umirim, Beberibe, Pindoretama, Redenção, Acarape, Ocara, Ipaporanga, Quixadá, Madalena e Quixelô).
De acordo com a Funceme, as chuvas foram causadas pela elevada umidade relativa do ar associada à atuação de um sistema meteorológico chamado de Cavados de Altos Níveis.
A previsão para este domingo é de céu variando entre nublado e parcialmente nublado, com chuvas em todas as regiões do Estado. Segundo os meteorologistas, a chuva permanece, mas não tão intensa.
Interior
Em Icapuí, no Litoral Leste, a chuva começou às 18h da sexta-feira e veio acompanhada de fortes trovões e relâmpagos, deixando os moradores apreensivos. "Aqui, é difícil ter chuvas muito fortes e, quando acontece, todo mundo fica com medo", comenta a dona de casa Maria Josiane do Nascimento. Durante a chuva, a cidade ficou sem energia, restabelecida na manhã de sábado. A assessoria de imprensa da Coelce informou que a suspensão no fornecimento de energia, em alguns locais na Região Jaguaribana, foi por conta de raios, mas o fornecimento está voltando aos poucos. Já em Aracati, algumas ruas do Centro foram afetadas, mas não houve relatos de alagamentos. "Sempre que chove, não tem como a água escorrer muito rápido e as ruas ficam alagadas", diz a vendedora Ana Araújo.
Açude
Em Canindé, na comunidade Barra do Bento, um açude com capacidade de 4 milhões de metros cúbicos, construído em 2009 está sangrando com uma lâmina de 78 centímetros. De acordo com a presidente da Associação dos Moradores de Barra do Bento, Raimunda de Sousa, a chuva que caiu na região, na tarde de quinta-feira, marcou no pluviômetro da comunidade 108 mm, o suficiente para que o reservatório atingisse sua cota máxima. "Agora o carro-pipa foi abolido por muito tempo e teremos água de qualidade e, o que é mais importante, tratada, porque nosso sistema de abastecimento garante água nas torneiras de 30 famílias´´, afirma.
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