Carnaval 2013: Vila Isabel samba o caminho da roça e é campeã do carnaval do RJ; Beija Flor é segundo
A Vila Isabel retratou hábitos simples do povo do interior e do campo, como a moda de viola, as visitas do “cumpadi”, as festas no arraiá e as procissões. Última a desfilar, a escola entrou na avenida às 4h34. No final, às 5h55, o grito de "é campeã" ecoou das arquibancadas.
A Vila transformou a passarela do samba em caminho da roça por meio de imagens identificadas com a vida no interior. A bateria batucou fantasiada de espantalhos e a ala das baianas rodopiou com roupas de joaninhas.
Alas emulando galos, gafanhotos, plantas devoradas por pragas, formigas, verduras, legumes e flores também levaram um pouco de ar puro para a avenida.
Martinho da Vila festejou seu aniversário de 75 anos no desfile. O sambista veio no carro "Os cumpadres chegaram", sobre a casa rural, com direito a fogão de lenha e animais no quintal. A intenção foi simbolizar o lado hospitaleiro do povo da roça. O samba de Martinho, Arlindo Cruz, André Diniz, Tunico da Vila e Leonel foi defendido pelo intérprete Tinga. Arlindo e Tunico, filho de Martinho, vieram no carro de som.
O posto de rainha da bateria foi da apresentadora paulista Sabrina Sato. "Acho o enredo muito importante, o trabalhador do campo é a alma do Brasil. Isso representa a dignidade do brasileiro", disse Sabrina. "É uma homenagem merecida aos trabalhadores brasileiros", completou a musa.
No segundo setor, o carro Tatu marcou as agruras do agricultor. Apareceram as representações das inundações e das secas que atrapalham a colheita. O terceiro setor trouxe para a Sapucaí o carro "Gafanhoto", com pragas do campo. O lado produtivo do interior foi simbolizado com a imagem do girassol. A renovação da vida apareceu no quarto e quinto setores, com flores, frutas, legumes e produtos diversos. Também foram destacados os imigrantes portugueses, italianos, ucranianos, japoneses e alemães, importantes para o desenvolvimento da agricultura no Brasil.
O sexto setor mostrou a volta para casa, na fazenda, depois de um dia duro de trabalho. Houve menções às festas pela boa colheita, prosas com os compadres, procissões e quitutes do campo. “A vida no interior é simples, mas é uma festa. Tem sempre alguém querendo contar um ‘causo’, aquela mesa farta e muita fé em Deus e no trabalho para ter uma boa colheita”, explicou Rosa Magalhães. O campeão de MMA José Aldo desfilou pela primeira vez no carnaval do Rio, com a camisa da diretoria. “Acho que fico mais nervoso aqui porque é a primeira vez. O diretor me chamou”, disse o lutador, confessando que não sabe sambar. Segundo ele, a opção foi "dançar no estilo gringo".
G1
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