ENERGIA ESTÁ GARANTIDA, MAS CONTA CAIRÁ MENOS

Plantão Ceará | 10:08:00 | 0 comentários

Até o fim de abril, as térmicas deverão permanecer ligadas, contribuindo para encarecer a energia
Brasília. O governo federal vai continuar usando por pelo menos mais três meses uma energia mais cara para garantir o abastecimento de eletricidade e evitar qualquer possibilidade de racionamento. A geração por meio de usinas térmicas, entretanto, pode diminuir o impacto da redução de 20,2% da conta de luz prometido pela presidente Dilma Rousseff. Após a primeira reunião do ano do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que as usinas que usam combustíveis como gás e carvão para gerar eletricidade - as termoelétricas - deverão permanecer ligadas, pelo menos, até o fim de abril. Até lá, o governo brasileiro acredita que os reservatórios das hidrelétricas já terão começado a voltar a patamares adequados, que permitirão substituir a geração de energia mais cara, por uma mais barata.


Racionamento foi descartado pelo governo na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Uso de térmicas terá impacto na conta de energia FOTO: AG. BRASIL

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, as usinas térmicas instaladas no País ainda podem aumentar o volume de energia produzida, garantindo assim o abastecimento e evitando qualquer possibilidade de racionamento de energia elétrica.

Tarifa vai ser reduzida

Além de enfatizar que não haverá problemas de abastecimento de energia, o ministro fez questão de frisar que o corte de 20,2%, em média, na conta de luz - prometido pela presidente Dilma Rousseff em setembro do ano passado - está garantido.

Mas o uso continuado das usinas térmicas deve reduzir, na prática, o impacto que o consumidor sentirá no bolso ao longo do ano. Pelos cálculos do chefe do ONS, se essas usinas permanecessem ligadas até dezembro, o impacto seria um aumento de até 3% na conta de luz.

Desligamento
O governo, entretanto, espera começar a desligar as termoelétricas a partir do final de abril. "Com o retorno das chuvas, desligaremos as térmicas mais caras primeiro", explicou Chipp. Com isso, o impacto na conta do consumidor será menor. De qualquer forma, técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estão estudando uma forma de ratear, caso seja necessário, essa despesa extra. Nem Hermes Chipp nem Edison Lobão deram detalhes de como isso poderá ser feito.

Preocupação presidencial

A insistência do ministro de Minas e Energia em negar qualquer possibilidade de racionamento de energia foi feita por determinação da presidente Dilma. Na véspera da reunião do CMSE, a presidente - que ainda estava na Bahia - teve uma conversa, por telefone, com o ministro. Dilma ficou preocupada com o que estava lendo na imprensa sobre os riscos de abastecimento de energia. Como ex-ministra do setor, a presidente reforçou a importância de passar uma mensagem clara de que não faltará energia no País.

Reunião de rotina
Lobão ainda garantiu que a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada nesta quarta-feira, não teve "nada de especial", de diferente em relação às anteriores. "A reunião foi marcada em 17 de dezembro, não foi convocada de emergência. É de rotina, de avaliação sobre todo o sistema", afirmou o ministro.

Lobão lembrou que, em 2008, logo após assumir o ministério, em janeiro, ele concedeu uma entrevista após uma reunião extraordinária, como ocorreu nesta quarta. "Se dizia, como agora, que teríamos desabastecimento. Não houve, não haverá agora", afirmou.

No encontro, segundo o ministro, ficou reiterada uma tranquilidade de que o País possui estoque de energia "firme, segura e em condições de atender a todas as nossas necessidades"

Bovespa caiu 17% no pré-apagão de 2001

São Paulo.
 Embora afastada pelo governo, a hipótese de racionamento de energia elétrica mexe com o mercado financeiro. As ações das empresas do setor apuraram expressiva desvalorização na segunda e na terça-feira, e analistas tentam estimar o efeito que um apagão teria sobre a economia e, por tabela, sobre os preços dos ativos financeiros.

O comportamento da Bolsa de Valores, do dólar e o vaivém das projeções econômicas em 2001 dão uma ideia do que poderia ocorrer no caso de um novo racionamento. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), por exemplo, perdeu cerca de 17% no período que precedeu o anúncio oficial do governo de que restrições seriam adotadas no consumo de energia. No mesmo intervalo, o dólar se valorizou 13% ante o real.

O boletim Focus, fruto de pesquisa semanal do Banco Central com mais de uma centena de casas que fazem projeções econômico-financeiras, indicou queda abrupta das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2001 quando o racionamento foi oficializado.

Influência nas decisões

No fim de maio daquele ano, a média do mercado previa alta de 4% para o PIB. Um mês depois, a expectativa caiu para 3%. O crescimento efetivo naquele ano foi de 1,3%. Analistas frisam que, no momento, as estimativas tanto para a economia quanto para os ativos financeiros não passam de um exercício especulativo, até porque a maioria acredita que não haverá necessidade de racionamento como em 2001.

"O que realmente me preocupa hoje é o impacto de todas essas informações sobre as decisões de investimento dos empresários", comentou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani.

Linhas de transmissão em atraso
Algumas linhas foram contratadas em 2005 e ainda não estão em funcionamento FOTO: DIVULGAÇÃO
Brasília Além da falta de chuva que vem afetando o nível das reservas das usinas hidrelétricas brasileiras, o setor elétrico sofre com o atraso na construção de usinas, subestações e linhas de transmissão.

Em alguns casos, os contratos de licitação para essas obras foram assinados em 2005, mas as construções ainda não ficaram prontas. No caso da estrutura de transmissão, 76% das obras estão atrasadas, em média 15 meses atrás do cronograma estipulado. O quadro também é desanimador no caso das subestações, em que 55% dos projetos estão fora do prazo, com atraso médio de seis meses. A mesma situação se repete no parque de geração, no qual 336 novas usinas estão sendo monitoradas pelo governo. No total, 55% dessas obras estão atrasadas, em média sete meses atrás do cronograma original. Dados do Ministério de Minas e Energia revelam que esses problemas vêm afetando a capacidade de expansão na geração de energia.

Reservatórios
Os níveis dos principais reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Nordeste do País continuam em queda, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico, com as represas do sistema Sudeste/Centro-Oeste caindo dos 28,43% de segunda-feira (7) para 28,32% na terça.

Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste respondem por 70% da capacidade de produção de energia hidrelétrica no país. O baixo nível dessas represas aumentou nos últimos dias as preocupações quanto a um novo racionamento. O governo nega essa possibilidade. No Nordeste, os reservatórios tiveram uma queda de quase meio ponto percentual em um dia, passando de 30,64% na segunda-feira para 30,20% na terça. O reservatório da hidrelétrica Sobradinho está em 25,43%. Também houve redução no Norte, de 40,23% para 39,88%. Somente no Sul houve recomposição das reservas, com o nível da água subindo de 41,36% na segunda para 43,4%.

Foster: não faltará gás natural

Rio.
 A presidente da Petrobras, Graça Foster, garantiu nesta quarta-feira que não faltará gás no Brasil. "Não há a menor condição de falta de gás no Brasil".

Ela reconheceu que a Petrobras interrompeu fornecimento de gás a cliente do Espírito Santo, mas disse que a companhia substituiu por óleo diesel. Graça lembrou que a companhia tem flexibilidade em alguns contratos e avalia quando fazer a troca.

Graça disse que a Petrobras tem 90% de contratos firmes inflexíveis (volume de 49 milhões de m³/dia), 4% de contratos firmes flexíveis e 6% de contratos firmes ininterruptos. "Temos flexibilidades internas, temos como substituir dentro das refinarias", exemplificou.

De acordo com ela, seria interessante se houvesse previsibilidade. "Se houvesse mais previsibilidade, de 30 dias, 60 dias, já faria diferença no nosso resultado. Ainda assim, a Petrobras não está fazendo mágica, está cumprindo um planejamento".

Pré-Sal

Graça Foster disse também que até 2020 "não haverá aumento relevante de produção" de gás vindo do pré-sal. 

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