CAPITAL FORMALIZA TOMBAMENTO DE 9 BENS HISTORICOS

Plantão Ceará | 10:20:00 | 0 comentários

Foram preservados, ao todo, 53 bens em nível municipal, desses, 44 processos são da atual gestão
Preservar a memória e a identidade de equipamentos que contam a história e o estilo arquitetônico de uma época. Essa é a principal motivação do processo de tombamento de um bem cultural. Na próxima terça-feira (4), a prefeita Luizianne Lins assina, às 10h, no Paço Municipal, os decretos de tombamento definitivo de nove bens histórico-culturais da Capital, indicados pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Cultural (Comphic).


A Farmácia Oswaldo Cruz, localizada na Praça do Ferreira, é um dos equipamentos históricos-culturais na lista dos novos bens tombados FOTO: KID JÚNIOR
Farmácia Oswaldo Cruz, Esporte Clube Maguary, Ideal Club, Náutico Atlético Cearense, Colégio Dorotéias, Santa Casa de Misericórdia, Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (Imparh), Casa do Português e Pavimentação da Rua José Avelino são os equipamentos que já tinham recebido parecer do Comphic, mas agora serão formalizados como patrimônio material. Além disso, também serão assinados os registros da Celebração da Festa de São Pedro dos Pescadores e de Lugar da Igreja de São Pedro e sua área de entorno, que, juntos, caracterizam o primeiro bem imaterial da Capital.

Quando um bem é tombado, ele passa a ser "fiscalizado" para evitar que seja derrubado ou alterado na sua estrutura original. Se o equipamento for particular, o proprietário não é obrigado a restaurar, mas na qualidade de bem público, a gestão deve cuidar da sua revitalização. Dos 44 bens protegidos pela atual administração, apenas quatro foram recuperados. São eles: o Passeio Público, o Mercado do Pinhões, o Palácio do Bispo (Paço Municipal) e o Estoril.

Restaurações

No entanto, há projetos para o restauro da Casa do Barão de Camocim, da Casa da Fotografia e para a elaboração do Mapeamento Cultural. Os recursos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do Governo Federal.

Foram tombados, ao todo, em Fortaleza, 53 bens em nível municipal. O Colégio Imaculada da Conceição, as Caixas d´Água do Benfica, a Escola Justiniano de Serpa, o Colégio Militar, entre outros, estão na lista para serrem avaliados pelo Conselho. O processo da Casa Cristiano Câmara já entrou para a fase de análise. "Hoje, existem 40 pedidos que aguardam apreciação do Conselho", informa a coordenadora do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura (Secultfor), Clélia Monastério. O prédio do Hospital Mira y López foi um dos pedidos pela população para a transformação em bem material.

Ela destaca que qualquer pessoa pode solicitar que um bem seja tombado. "Há um crescimento exponencial dos pedidos". A coordenadora acrescenta que isso acaba despertando nas pessoas o sentimento de pertença e de preservação do patrimônio. O principal critério de escolha de um equipamento para ser tombado é a questão arquitetônica que conte a história de uma época, como destaca Clélia Monastério. Quanto às regras, cada processo que é concluído tem as suas. "Já no estudo, indicamos o que poderá ser mexido ou não da estrutura do prédio", explica. Assim, existem diferenças entre os tombamentos. "Algumas vezes, o equipamento recebe a proteção completa e por outras só da fachada, por exemplo", conta.

Na opinião do professor, coordenador do Mestrado Acadêmico em História da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Altemar Muniz, o tombamento é positivo porque resgata, por meio da memória, um estilo que já caiu em desuso. "A preocupação é procurar manter esses equipamentos". O professor revela que a intenção do processo de preservação é que o passado que nos foi renegado volte à tona.

Muniz destaca que não se pode negar que o tombamento traz prejuízos econômicos, mas há de se levar em conta a importância de manter a história. "Com o tempo, os bens passam a ser valorizados". Ele diz que a essência do processo é preservar a construção como arquitetura para ser vista pelas novas gerações. "As pessoas precisam compreender como foi o passado delas. Necessitamos de referenciais".

Maracatu deve ser o próximo bem imaterial
O Maracatu deve receber status de bem imaterial de Fortaleza. O processo já está em análise pelo Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic). A coordenadora do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura (Secultfor), Clélia Monastério, revela que o processo está adiantando e que a avaliação deveria acontecer neste mês, porém não foi possível concluir os estudos e ficará para o próximo ano.

O Maracatu será o segundo bem imaterial de Fortaleza, pois o primeiro é a Festa de São Pedro, como registro da celebração, e a Igreja de São Pedro, como registro do local. Outro pedido é a Festa de Iemanjá, mas ainda vai entrar em estudo.

Para o professor, coordenador do Mestrado Acadêmico em História da Uece, Altemar Muniz, não existe bem imaterial porque todos são materializados. "Todos os bens que foram considerados imateriais são expressões que se materializaram. Isso pelo fato de sermos muito marcados pela arquitetura".

Mistura
O coordenador comenta que o Maracatu faz parte da cultura local, uma mistura da negra com referências do catolicismo. Segundo Muniz, o tombamento, nesses casos, é uma forma de preservar as festas, que foi o que aconteceu com a do Mucuripe.

LINA MOSCOSOREPÓRTER 

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