INDÚSTRIA COMEMORA PRORROGAÇÃO DE IPI REDUZIDO
Após o governo anunciar prorrogação até dezembro da redução do IPI para a linha branca, nesta quarta-feira (29), o setor prevê crescimento de 15% a 20% nas vendas até o final do ano.
"No final do ano, o consumidor tem o incremento do 13º salário e pode se beneficiar do desconto na alíquota para adquirir novos produtos", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne 14 fabricantes de produtos beneficiados com o corte do imposto -fogões, geladeiras e lavadoras.
Desde dezembro, essa é a terceira prorrogação do IPI reduzido para a linha branca. No caso de fogões, a alíquota do imposto era de 4% e foi zerada. As geladeiras tiveram redução de 15% para 5% do IPI. No caso das máquinas de lavar, passou de 20% para 10%, e a alíquota do imposto dos tanquinhos, antes de 10%, também foi zerada.
O benefício também foi estendido até o final do ano para móveis, placas de madeira e materiais de construção, além de automóveis.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) consideram a prorrogação positiva, mas acreditam que o benefício, tanto para para carros como eletrodomésticos, é pontual e beneficia setores específicos da economia brasileira.
Segundo Roque Pellizzaro Jr., presidente da confederação, o crescimento "exclusivo" nos setores de automóveis e de móveis e eletrodomésticos causa "retração" em outros segmentos econômicos por causa de uma lógica mercadológica. "O consumidor que compromete a renda na compra de um carro certamente deixa de consumir outras mercadorias", diz.
Ele cita como exemplo o desempenho das vendas do segmento de vestuário e de supermercados -segundo IBGE tiveram crescimento de 0,4% e 0,7%, respectivamente, na comparação de maio e junho deste ano. "Por outro lado, nota-se um crescimento expressivo nos setores de veículos e motos (16,4%) e de móveis e eletrodomésticos (5,3%), ambos beneficiados pelo IPI, em vigor desde maio deste ano."
Para a confederação dos dirigentes lojistas, o governo deve propor medidas mais amplas para estimular a economia, como a expansão do crédito e a desoneração tributária de forma mais homogênea. "Não podemos beneficiar única e exclusivamente determinadas atividades em detrimento de outras", diz Pellizzaro Jr.
Na avaliação do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), a redução do IPI tem sido eficiente para aumentar o nível de atividade econômica.
"No primeiro semestre, graças a redução, tivemos um significativo aumento de vendas na linha branca na ordem de 23% e a criação de 25 mil vagas de empregos no varejo de bens duráveis", informa o instituto, que representa 37 empresas varejistas de diferentes setores - como alimentos, eletrodomésticos, móveis, utilidades domésticas, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, material de construção, medicamentos, vestuário e calçados.
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